Sustentabilidade da moda e os arranjos
Quando se entra no mundo da moda e da costura, cada vez mais temos de pensar em questões de sustentabilidade.
Primeiro há que compreender o que é a costura sustentável. Num dos pontos implica boas condições de trabalho para quem produz as peças. A partir daqui divide-se em diversas opiniões, fases e factos. Defendendo o uso das fibras naturais, no caso de fibras animais, com condições necessárias, tendo em conta a valorização do ambiente como todo, o de trabalho e da mãe natureza.
No caso de quem costura as suas peças, o olhar para a sustentabilidade muda um pouco, a sua pegada ecológica será sempre menor ao costurar do que ao comprar.
Todas as emissões de CO2 associadas ao transporte da sua peça desde a fábrica até a loja, mais a poluição das embalagens e questões de mão de obra exploradora deixam de ser consideradas.
A pegada ecológica
A pegada ecológica da nossa roupa é muito importante, se compararmos com a indústria das lojas de retalho, atualmente passou-se de cerca de 2 coleções ( Primavera Verão/Outono Inverno) para 50 a 100 micro colecções por ano, isto significa que em média são fabricadas 20 peças por pessoa na indústria de fast fashion, isto implica fibras de menor qualidade, refletindo-se na fraca duração da sua roupa, para não falar da quantidade de vezes que nos sentimos atraídos a comprar peças que não precisamos, e nem nos assentam bem.
Quando começa a costurar as suas peças existem questões de sustentabilidade que pode associar aos seus projetos.
Não tem as questões associadas à embalagem da peça, pois ao comprar a roupa é embalada individualmente peça por peça. Normalmente chegam ao armazém das lojas cada uma na sua embalagem de plástico com determinados componentes para ajudar na dobra das peças que podem ser plástico ou cartão, para não falar das caixas exteriores ou plásticos que acomodam os tamanhos que cada micro coleção tem. A sustentabilidade associada às condições com que costura a peça é um ponto importante pois muitas fábricas ainda não cumprem os mínimos de segurança de trabalho em determinadas zonas geográficas. Tornam-se inexistentes todas as questões associadas ao consumo de loja e ao lixo que a mesma pode produzir. Se está a pensar lançar a sua colecção ou abrir uma loja, considere todas estas questões. Evite embalar com plástico, procure fábricas com condições adequadas. Em Portugal existem várias mini fábricas que possuem a capacidade de produzir pequenas colecções.
Se vai costurar você mesmo, seja rigoroso com os seus desperdícios, aproveitamentos, e consumos do seu espaço de trabalho, no caso de contratar uma equipa para a confecção a supervisão do seu produto é a chave do seu sucesso, não desperdice tecido, faça um bom controle de qualidade/produção, sempre tendo em conta confeccionar peças de qualidade /embalagens não poluentes e o consumo energético do seu espaço de trabalho.
Existe uma métrica universal criada pela Noruega após um extenso estudo de sustentabilidade que ajuda a compreender que comprando ou costurando quando podemos considerar a nossa peça de roupa sustentável.
Cada peça tem de durar entre 4 a 5 anos e resistir a 30 lavagens de roupa no mínimo para ser considerada sustentável.
Óbvio que isto implica que caso vá costurar ou comprar roupa tem de ter total atenção ao material, compre peças de qualidade superior, mesmo dentro do mais barato faça compras conscientes e não moda de ocasião, pois mesmo doando roupa, a indústria da moda continua a ser uma das mais poluentes do nosso planeta.
No caso de roupa de bebè e criança, é compreendido ser irrealista que usem a peça por 4 a 5 anos, evite comprar muito próximo do tamanho que o seu bebé ou criança já veste, procure tamanhos maiores que acompanhem o crescimento durante mais tempo. Cuide das peças durante a lavagem para que mesmo após o crescimento a peça possa passar para outra criança na sua casa ou seja doada, certificando-se que são associações éticas e sustentáveis.
Além da sustentabilidade associada a quem costura a peça, existem outras formas de reduzir a sua pegada, já verificamos que devemos sempre comprar o material tendo em vista a qualidade do tecido / peça, falta referir os arranjos e a reciclagem. Muitas das vezes certas roupas podem ser convertidas noutras, estendendo assim o tempo de vida da peça específica. A recomendação é seguir as instruções de lavagem que vêm na etiqueta, ajudando a manter a relação de qualidade da fibra do tecido, o que torna perfeito para poder reciclar e transformar a roupa numa outra peça ou acessório. Os arranjos são um dos melhores amigos da sustentabilidade, às vezes alterar ou moldar a peça ao seu gosto quando compra no pronto a vestir é a solução para que a sua pegada ecológica tenha um balanço positivo no que toca à roupa. Considere todas estas questões, o meio ambiente agradece, juntos podemos criar uma pegada ecológica sustentável no mundo da moda e da costura.